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A história da cerveja no Brasil |
A história da cerveja no Brasil
A cerveja demorou a aportar no Brasil, tendo sido primeiramente trazida pela Companhia das Índias Orientais, no século XVII, junto com os holandeses.
Com a saída dos Holandeses do país em 1654 o produto sumiu por quase 150 anos, reaparecendo
apenas em 1808, quando a Família Real portuguesa desembarcou no Brasil Colônia.
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Cachaça, bebida mais popular
Na verdade, a cachaça era a bebida alcoólica mais popular no Brasil antigo. Além dela, eram importados licores da França e vinhos de Portugal, especialmente para atender à nobreza.
A partir de 1830, algumas iniciativas pioneiras de produção artesanal de cerveja foram realizadas por famílias de imigrantes, mas apenas para seu próprio consumo.
Devido à grande influência comercial que a Inglaterra exercia sobre Portugal nessa época, as cervejas inglesas dominaram o mercado brasileiro até os anos 1870.
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Século XIX
No final do século XIX, o governo quadruplicou os impostos de importação, o que inviabilizou totalmente a comercialização do produto estrangeiro no país.
A produção de cerveja no Brasil até o final do século XIX se fazia artesanalmente e com muitas dificuldades. A falta de cevada e lúpulo, importados da Alemanha e da Áustria, era contornada com uso de outros cereais (arroz, milho, trigo, etc.).
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Lúpulo |
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Cevada |
Mas as maiorias dificuldades eram as relacionadas à refrigeração, considerando-se que produzir e conservar cerveja em um país tropical era um enorme desafio. Máquinas a vapor para resfriamento da bebida eram raras e caras.
Antes de 1850, as pequenas cervejarias surgiram no Rio de Janeiro, em São Paulo e no sul
do país:
- Cervejaria Brasileira (Rio de Janeiro 1836);
- Henrique Schoenbourg, São Paulo 1840);
- George Heinrich Ritter (Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul, 1846);
- Henrique Leiden (Rio de Janeiro, 1948);
- Vogelin & Bager (Rio de Janeiro, 1848);
- João Bayer (Rio de Janeiro, 1849);
- Gabriel Albrecht Schmalz (Joinville/ Santa Catarina, 1850);
- Henrique Kremer (Petrópolis, Rio de Janeiro, 1854);
- Carlos Rey (Petrópolis/ Rio de Janeiro, 1853);
Logo algumas atingiram escala industrial de produção: a Imperial Fábrica de Cerveja Nacional, de Henrique Leiden & Cia, a Voeglin & Bager, a Carlos Rey & Cia., e a de Henrique Kremer, que se tornou Imperial Fábrica de Cerveja Nacional em 1876 e que, em 1898, passou a se chamar Cervejaria Bohemia.
O início do século XX foi marcado pelo surgimento de muitas micro cervejarias, animadas
com a nascente sociedade burguesa, o início da industrialização e a chegada de
um grande número de imigrantes europeus. Essa foi a época da malandragem e da boemia,
que fincaram suas raízes na cultura brasileira para sempre.
Matéria prima
Com o advento das duas Grandes Guerras, a escassez da matéria-prima importada -
especialmente o lúpulo - impactou diretamente a produção de cerveja, que diminuiu drasticamente.
Em 1966 e 1967 surgem a Cerpa - Cervejaria Paraense - e a Skol. Respectivamente. Quatro anos
depois, é lançada as primeiras latinhas de cerveja brasileira, feita de folha de flandres: a Skol Pilsen.
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Skol primeira cerveja em lata do Brasil |
A partir da década de 1980, a cultura cervejeira no Brasil passa por uma refrescante transformação, impulsionada pelo renascimento da cerveja em todo o mundo. Diversas micro cervejarias são abertas no país, modernas choperias renovam o ambiente da tradicional boteco, opções de estilos se ampliam e as mulheres se incorporam ao mercado de consumo, modificando o perfil predominantemente masculino de até então.
Em 1980, surge a Cervejaria Kaiser, em Divinópolis - Minas Gerais, e em 1989 a Primo Skincariol
passa a produzir cerveja no interior de São Paulo.
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Surgimento da Cervejaria kaiser |
Em 1999, a partir da fusão Companhia
Antarctica Paulista e a Companhia Cervejaria Brahma, surge a Ambev - Companhia
de Bebidas das Américas. A criação da AMBEV e sua posterior fusão a gigante
belga Interbrew foram dois dos fatos mais marcantes da história da cerveja
brasileira e mundial das últimas décadas. Com o nome de Inbev, a nova empresa
mundial, a partir de 2004, tornou-se a maior produtora do mundo.
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